#375-Violência gratuita

Apesar Eu sempre tive vontade de assistir “Violência gratuita” porque quase todas as críticas diziam que era um um filme forte, inesquecível, um dos melhores do Michael Haneke (que já dirigiu “Cachê“, “A professora de piano

” e “Código desconhecido“). Quando surgiu a oportunidade de ver, não perdi tempo. Ok leitor, toda essa enrolação é só para dizer uma coisa: esse filme é MUITO BOM! Agora o bom depende do que você espera ver, é claro.

  


A história é simples: uma família viaja para a casa do lago, onde vivem uma felicidade incontestável. Pouco tempo depois de chegarem até a casa, um garoto aparece pedindo alguns ovos para a vizinha. Anna (Susanne Lothar, de “Amém“) entrega os ovos e tudo parece bem. Mas a verdade é que o garoto não está sozinho e ele e o amigo possuem planos perturbadores para a família. Mas espere, não se trata de outro filme de suspense e terror. Imagine uma coisa perturbadora. É o dobro!



Apesar do título nacional, o longa não chega a ter muita violência gráfica. Assustar ou impressionar com litros de sangue não é bem a intenção do diretor. A técnica usada funciona ainda mais, com a câmera sempre dando uma escapadinha em alguma cena violenta. Para quem assiste, ficam apenas o sons. Mas o melhor de tudo não é nem a história em si, mas como ela é contada. Como assim? Continue lendo!


O longa começa como um filme qualquer. Quem leu textos sobre a produção (como esse daqui, por exemplo) já tem idéia do que vai acontecer e o diretor aproveita essa curiosidade para torturar quem está assistindo. E o que é genial: os vilões da história falam diretamente com a câmera, passando a impressão quem somos tão cúmplices quanto eles. Afinal, você está assistindo porque quer ver a violência, certo? A desconfortável situação de ser voyeur num contexto tão macabro é atiçada cada vez mais. Principalmente quando aparecem os tais “funny games” do título original, que só não são como os “Jogos mortais 2” porque são mais simples.
Mais do que uma irônica crítica à banalização da violência e dos crimes atuais, o filme é um exercício de originalidade. Quando você pensa que já sabe o que vai acontecer, a história cria mais uma confusão na sua mente. E o curioso é que, mesmo lembrando que é apenas um filme, é impossível não se comover e se assustar com a veracidade das situações. O elenco está ótimo e tudo parece verídico. Como diz na capa do dvd “Nunca a violência doeu tanto“.
Cotação do Dai: ****1/2

O filme foi regravado pelo próprio diretor agora em 2007 e deve ser lançado no final do ano. Nos papéis principais estão Naomi Watts (de “
King Kong” e “A passagem“) e Tim Roth (de “Água negra“). Se vai ser superior ao original, eu não sei. Mas não duvido nada do diretor. E para finalizar uma última coisa: Michael Haneke, se algum dia você souber ler em português saiba que você ganhou mais um novo fã. Saiba também que eu não vou esquecer nunca o filme!
Confira abaixo uma imagem da regravação, que corresponde à mesma cena da foto anterior.
Funny Games (Áustria, 1997) Dirigido por: Michael Haneke Com: Susanne Lothar, Ulrich Mühe, Arno Frisch, Frank Giering, Christoph Bantzer, Wolfgang Glück…

Veja aqui o trailer do filme Violência gratuita:

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