Clássico absoluto: A Bela da Tarde

A bela da tarde começa com uma cena que causa estranehza: um casal discute durante um passeio de carruagem. O marido leva a esposa para uma árvore, onde ela é amarrada e chicoteada pelos cocheiros. Eles rasgam a roupa da jovem e, depois de castigá-la, aproveitam de sua nudez e vulnerabilidade. O marido observa tudo sem interferir na punição. A sequência é interrompida quando a mesma mulher aparece deitada na cama, distraída. A cena se passa agora em um quarto. Tudo não passou de uma fantasia erótica.

Dirigido pelo mestre Luis Buñuel – um dos nomes obrigatórios dos cinéfilos cult – o longa-metragem aborda o tema do masoquismo de uma forma sensual e provocante. A protagonista Séverine Serizy é vivida pela Catherine Deneuve (Pele de asno), linda como nunca. Ela vive um casamento morno com Pierre e esconde seus desejos sob uma máscara comportada e convencional.

A bela da tarde
Papai e mamãe sempre
A linha entre o amor e o desejo fica próxima de ser rompida quando ela acaba conhecendo Madame Anais, uma cafetina que mantém um discreto bordel. Assim Séverine passa a atender clientes diariamente enquanto o marido médico trabalha. Usa o codinome Bela da tarde, já que é neste horário que ela faz suas atividades. O filme conta com um ritmo muito bom e é muito mais do que uma história comum sobre traição.
A bela da tarde
A bela da tarde
No ano do Brasil na França, o Daiblog recomenda aos leitores esta grande produção que, mesmo sendo do final da década de 60, teve a ousadia de falar sobre os desejos sexuais de uma mulher. Com memoráveis cenas e um final impactante, o filme merece ser visto e revisto. Ótima atuação de Deneuve, em uma complexa personagem que tem tudo para ser feliz, mas só encontra a felicidade de uma forma alternativa. Bom para analisar os conflitos causados quando o coração diz uma coisa e o corpo outra.
Cotação do Daiblog: DaiblogDaiblogDaiblogDaiblog

Belle de jour (França / Itália, 1967) Dirigido por Luis Buñuel. Com Catherine Deneuve, Jean Sorel, Michel Piccoli, Geneviève Page, Pierre Clémenti, Françoise Fabian, Macha Méril, Muni…

Veja aqui o trailer do filme A bela da tarde:

Daiblog
Distribuidoras nacionais de olho nos filmes do Festival de Cannes!
O filme “Bak-Jwi/Thirst” do coreano Park Chan-wook, mesmo diretor de Oldboy, levou o Prêmio do Júri neste domingo, durante o encerramento do Festival de Cannes de 2009. O filme traz a história de um popular e querido padre de uma pequena cidade, que se torna voluntário de um experimento médico que dá errado, e acaba por se transformar em um vampiro. O filme será distribuído no Brasil pela Paris Filmes e os direitos foram adquiridos durante o próprio festival.

Charlotte Gainsborug, de “Anticristo”, é a melhor atriz em Cannes

A atriz que viveu as cenas mais polêmicas de Cannes no novo filme de Lars Von Trier, Charlotte Gainsborug ganhou o prêmio como melhor atriz no Festival de Cannes. “Anticristo” conta a história de um casal devastado pela morte de seu filho, que viaja para a floresta de Éden onde coisas estranhas começam a acontecer. O personagem de Gainsborug, assim como de Willem Dafoe não tem nome, são trados como “marido” e “esposa” ou “homem” e “mulher”. “Anticristo” estréia no Brasil pela California Filmes em agosto, na versão original.

Anticristo de Lars Von Trier
Cena de Anticristo
À Procura de Eric de Ken Loach recebe o prêmio do Júri Ecumênico

O filme “À Procura de Eric” recebeu no sábado (23 de maio) o prêmio do Júri Ecumênico do Festival de Cannes, o filme recebe o prêmio por “sua grande qualidade artística e seu enfoque humorístico, otimista e humanista da sociedade contemporânea em plena crise”, destacou o júri.
“À Procura de Eric” narra a história de um carteiro fanático por futebol, chamado Eric Bishop, que depois de dois casamentos fracassados, vivendo com os filhos adolescentes de sua ex-mulher e atravessando uma crise de confiança em si mesmo, começa a confessar suas angustias para um pôster de Cantona, grudado à parede, até que o astro começa a “aparecer” para o carteiro e dar conselhos sentimentais. A previsão de estréia no Brasil é em dezembro de 2009, também pela California filmes.

Confira a relação dos vencedores do Festival de Cannes 2009:

PALMA DE OURO – “The White Ribbon” (A Fita Branca) dirigido pelo austríaco Michael Haneke. Um pequeno vilarejo é atingido por uma série de crimes misteriosos e cruéis. Um grupo de crianças estão entre os principais suspeitos.

GRAND PRIX – “Un Prophète”, do diretor francês Jacques Audiard. Malik é condenado a seis anos de prisão, e precisa usar sua ingenuidade para sobreviver na perigosa rivalidade entre gangues.

PRÊMIO ESPECIAL – Para o veterano diretor francês Alain Resnais. Este ano ele apresentou “Wild Grass”. Ao encontrar a carteira de um estrangeiro em seu carro, George começa a procurar a misteriosa e fascinante Marguerite.

MELHOR ATOR – O austríaco Christopj Waltz ganhou o prêmio de melhor ator por sua interpretação como oficial nazista em “Inglourious Basterds”, de Quentin Tarantino. Um grupo de soldados norte-americanos-judeus misturam-se em uma conspiração para matar líderes do Terceiro Reich, incluindo Hitler.

MELHOR ATRIZ – Charlotte Gainsbourg por “Atichrist”, dirigo pelo dinamarquês Lars Von Trier. Ela e Willem Dafoe interpretam um casal que vivencia a morte do filho em um acidente. Eventos fora de controle acontecem quando eles vão para um cabana isolada para tentar se recuperar da perda.

MELHOR DIRETOR – “Kinatay” dirigido por Filipino Brillante Mendoza. Peping, um estudante de criminologia, acompanha seu amigo em uma missão para ganhar dinheiro, mas se arrepende de sua decisão à medida que eventos desagradáveis começam acontecer.

MELHOR ROTEIRO – Mei Feng por seu roteiro de “Spring Fever”, dirigido pelo chinês Lou Ye. Uma mulher contrata um homem para espionar uma relação homossexual apaixonada que envolve seu marido.

PRÊMIO DO JÚRI – “Fish Tank”, dirigo pela britânica Andrea Arnold. Mia, 15 anos, vê seu mundo virando de cabeça para baixo após sua mãe trazer o seu novo namorado para morar em casa.

– “Thirst” dirigido pelo sul-coreano Park Chan-Wook. Um padre se torna um vampiro durante uma experiência médica e é seduzido por uma dona de casa prestes à um assassinato.

CÂMERA DE OURO (para estréia) -“Samson and Delilah”, dirigo pelo australiano Warwick Thornton. Um romance entre dois adolescentes em estado desesperador enfrentado por muitas comunidade aborígines da Austrália.

MELHOR CURTA-METRAGEM – “Arena”, dirigido pelo português João Salvazia.

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