#751-Anticristo

Cobertura Daiblog XIC FIC Brasilia 2009

Um dos destaques da programação do FIC Brasília deste ano é o filme considerado mais polêmico do ano. Anticristo realmente não é para qualquer um. E não apenas pelo sexo explícito ou pela violência gráfica (especialmente uma cena que nunca vai sair da minha cabeça), mas pela carregada e amargurada atmosfera que está presente em praticamente toda a trama. Diferente do que se pode imaginar de um dos fundadores do Dogma (aquele projeto que criou uma série de regras para se fazer um novo cinema), o filme é tecnicamente muito bem elaborado. Pode-se dizer que todas as cenas foram bem pensadas e trabalhadas, com uma bonita fotografia.

O prólogo da produção é ideal para exemplificar isso. Lars Von Trier criou uma das mais belas sequências da história do cinema contemporâneo, com uma cena de amor entre os protagonistas, vividos por Willem Dafoe (Ruas de fogo) e Charlotte Gainsbourg (Lemming – Instinto animal), porém a beleza das imagens é acompanhada por uma terrível tragédia: enquanto os pais fazem sexo, o pequeno filho cai da janela e morre.

Anticristo
O sexo…

A partir daí entende-se o porquê do filme ser considerado uma mistura de drama com terror. Inconsolável com a perda ao filho, a mãe entra em depressão e inicia um tratamento que parece não funcionar. O marido decide suspender a medicação (o que provoca crises de abstinências) e iniciar uma nova forma de cura. Como parte da terapia o casal viaja até uma cabana que fica em um lugar chamado Éden. O plano é fazer com que a esposa revivra as lembranças, aceite a perda e desrelacione a culpa com o sexo.

Daiblog
…e a culpaAnticristo é um filme com referências religiosas e mitológicas. Pouco a pouco o roteiro vai ficando cada vez mais aterrorizante até não poder ser definido em outro gênero senão o terror. É um longa-metragem difícil de ser visto não pela forma que foi filmado, mas pelos sentimentos que provoca. É uma mistura de compaixão com medo, uma experiência que poucos filmes conseguem transmitir. E a forma como a família desmonta e mergulha na loucura é impressionante e convincente. Não é a toa que Charlotte Gainsbourg foi premiada pela atuação. O diretor declarou que sofria de depressão quando filmava Anticristo. Esta pode ser uma explicação para o resultado desconcertante e imperdível.
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Antichrist (Dinamarca / Alemanha / França / Suécia / Itália / Polônia, 2009) Dirigido por Lars von Trier. Com Willem Dafoe, Charlotte Gainsbourg

Veja aqui o trailer do filme Anticristo legendado em português:

DaiblogDiretor Ryuichi Hiroki no FIC BrasíliaNa edição passada do Festival Internacional de Cinema de Brasília (FIC Brasília), uma das presenças mais marcantes foi a do diretor Domingos de Oliveira. Contrariando uma forte gripe que contraindicava a viagem, ele chegou a Brasília no último dia do festival, para receber a justa homenagem que merece pelo trabalho prestado ao cinema nacional. Neste ano, o diretor homenageado é desconhecido do público brasileiro, pois os filmes do japonês Hyuichi Hiroki nunca alcançaram o circuito comercial daqui. Pela crítica que seu nome desperta, o público pode se preparar para conhecer um diretor irreverente e altamente criativo. Ele está presente no XI FIC Brasília para debater seus filmes com o público.

Hiroki iniciou sua carreira como assistente de direção na indústria pornográfica japonesa, conhecida como ”pinku eiga”. Tornou-se diretor e logo conseguiu alcançar o circuito comercial do Japão, inclusive com filmes produzidos em máquinas digitais. Foi em 2003, quando lançou o filme ”Vibrator” (2003), que sua carreira decolou. Além deste, que é seu maior sucesso, serão apresentados, dentro da Mostra Hyuichi Hiroki do XI FIC Brasília, os filmes ”April Bride” (2009), ”I am as+m Writer” (2000), ”Its Only Talk” (2005) e ”Your Friends” (2008).

Os ingressos para as demais sessões vão custar R$ 14 (inteira) e R$ 7 (meia). Os bilhetes podem ser comprados na bilheteria do Cine Academia. O Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) é parceiro do XI FIC Brasília. De 4 a 15 de novembro, uma sala de cinema do CCBB recebe os filmes do festival. É uma boa oportunidade para quem quiser gastar menos. Os ingressos custam R$ 4 (inteira) e R$ 2 (meia).

2 COMENTÁRIOS

  1. O filme não é ruim, eu é que não tive gabarito pra entender tanto enigma e simbologia, tem muitas cenas fortíssimas mesmo e já aviso que não é o terror convencional a que estamos acostumados. Pq eu não fiz nenhum curso de filmografia, nem de cinema, nem de artes, nem de filosofia e também não sou tão esperto assim pra entender uma enxurrada de cenas que querem dizer algo durante o filme todo mas meu raciocínio não conseguiu acompanhar, pq eu ganho a vida com outros trabalhos e filmes é pra minha diversão… agora, não desfaço do filme pq alguém mais culto deve entender mas também ninguém que queira se divertir vendo um filme é obrigado a entender um negócio desses né?!!!

    Ainda apanho pra resolver puzzles de Mario World, quem sou eu pra ver um filme enigmático desses?!!

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