#821-Príncipe da Pérsia: As areias do tempo

Adaptações são a mina de ouro de Hollywood ultimamente. São adaptadas centenas, quiçá milhares de livros, peças, matérias de jornais, artigos de revista, quadrinhos e jogos de vídeo game. Essas adaptações, no geral, são muito bem feitas, e já criaram clássicos do cinema, o que não é o caso dos jogos. Enquanto uns são relativamente bem sucedidos, como Tomb Raider, outros são desastres monumentais como Doom – A porta do inferno, Resident Evil e o merecidamente esquecido filme do Mario. E, é claro, qualquer um adaptado pelo alemão Uwe Boll (já foi criado um abaixado assinado para que este homem parasse de fazer filmes. Sim, eu assinei). Os motivos desses fracassos são muitos: seja a falta de fidelidade ao material original (Resident Evil), seja a fidelidade exagerada (Doom), ou seja porque são filmes ruins mesmos (qualquer filme do Uwe Boll). Então, quinta-feira estreou Príncipe da Pérsia: As areias do tempo, mais um filme de jogo.
Principe da Persia - As areias do tempo
O herói Dastan

Primeiramente, um pequeno resumo dos jogos. Príncipe da Pérsia, para que não sabe, é um série de jogos que datam desde a década de 80. Era aquele joguinho do garoto que precisava fugir das masmorras passando por várias armadilhas para, no fim, salvar a princesa das garras do terrível Vizier. Muitos de vocês provavelmente conhecem esse jogo, que é um grande clássico dos consoles. Em 2003 foi feito um remake dos jogos para o Playstation 2 e foi criada uma trilogia que segue uma continuidade: The sands of time, Warrior within e The two trones, com a tradução livre de: As areias do tempoO guerreiro interior e os Dois tronos, respectivamente. Todos os jogos foram sucesso de crítica e público e ganharam vários prêmios importantes no universo dos games.
Principe da Persia - As areias do tempo
Aventura! Uau!

Agora vamos aos filmes. Em 2006, o mega produtor de Hollywood Jerry Bruckheimer declarou que estava produzindo uma adaptação de Prince of Persia para a Disney. Já tendo jogado os três jogos e sendo muito fã da série, fiquei muito animado com a notícia. Mas na minha cabeça, vendo o histórico de adaptações de games, já imaginava que o filme tinha nascido com um pé na cova. Somente uma coisa mantinha a chama da esperança acesa. O nome Disney envolvido. Se você já leu algum texto meu, sabe que sou grande fã do estúdio, e todas as minhas esperanças estavam depositadas nesse nome. E com grande prazer digo que novamente o Mickey não me decepcionou.
Principe da Persia - As areias do tempo
Casal protagonista

Na trama do filme, Dastan é um garoto de rua, que ao mostrar sua coragem na frente do rei Sharamann, é acolhido e o criado como seu próprio filho. Anos mais tarde, o agora príncipe Dastan e seus dois irmãos (filhos legítimos do rei) atacam uma cidade sagrada, que é acusada de produzir armas para os inimigos da pérsia (mais alguém pensou na guerra do Iraque?). Nessa cidade mora a bela princesa Tamina (Gemma Arterton, de Fúrias de Titãs), guardiã de um grande poder. O rei é assassinado e Dastan é acusado de sua morte. Ele então foge com Tamina para procuram o seu tio, Nizam, irmão de Sharamann. Mas em sua jornada Dastan acaba encontrando poderes inimagináveis e perigosos, caso caiam nas mãos erradas. Trata-se da adaga to tempo. Aparentemente ordinária, essa arma da ao seu portador a habilidade de retroceder no tempo por alguns instantes. Resta então a Dastan devolver a adaga ao seu lugar sagrado em sua jornada pela inocência do assassinato do próprio pai.
Principe da Persia - As areias do tempo
Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come!

Os valores de produção do filme são altíssimos. Tudo no filme é primoroso: a fotografia é belíssima, os figurinos e cenários são detalhadíssimos, e os efeitos especiais são de cair o queixo. O diretor Mike Newell (de Harry Potter e o cálice de fogo e O amor nos tempos do cólera) usa e abusa de ângulos e movimentos de câmera diferentes, e se destaca na direção de atores. Esse é ponto forte do filme – os atores e seus personagens. Jake Gylenhaal (O segredo de Brokeback Mountain) e Gemma Aterton são excelentes atores e aqui provam isso. O único que parece ligeiramente deslocado é Sir Ben Kingsley (Casa de areia e névoa, Ilha do medo), no papel de Nizam. Eu esperava mais do ator, embora o papel dele seja importante, ele não tem muito tempo de tela, então não teve muito pra desenvolver.
Principe da Persia - As areias do tempo
Le parkour árabe!

Outro grande ponto do filme é não se levar a sério demais. Em muitos momentos me lembrou os grandes filmes de aventura dos anos 80, coisa que o recente Fúria de Titãs tentou ser, mas não conseguiu. Mas nenhum filme é perfeito, e por mais que me doa, preciso falar de seus pontos negativos. O roteiro em alguns momentos é um pouco raso demais, com algumas situações ligeiramente forçadas (que rei de qualquer lugar adotaria um garoto de rua como filho?) e a motivação do vilão ainda não me desceu na garganta. Embora seja boa, não parece o suficiente para ele fazer o que faz.
Principe da Persia - As areias do tempo
Disfarça!

Príncipe da Pérsia é a melhor adaptação de um jogo de video game. Considerando o histórico do gênero, pode não ser muita coisa, mas deixa esperança de que games podem gerar bons filmes. Lugares distantes em épocas imemoriais com príncipes, princesas e artefatos místicos são elementos que sempre encantam as pessoas. E nisso Príncipe da Pérsia é extremamente bem sucedido. Aguardo ansiosamente pelas continuações.
Cotação do Daiblog: DaiblogDaiblogDaiblogDaiblog

Prince of Persia: The Sands of Time (EUA, 2010) Dirigido por Mike Newell. Com Jake Gyllenhaal, Gemma Arterton, Ben Kingsley, Alfred Molina, Steve Toussaint, Toby Kebbell…

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