A coprodução entre países, conta a história de um violino, o que da origem ao título. Acompanhamos desde sua fabricação na Itália renascentista até seu leilão nos dias de hoje. Seguimos a história do ponto de vista de um restaurador (Samuel L. Jackson, de Homem de ferro 2, 1408, A farsa dos pinguins) que foi contratado pela casa de leilões para avaliar o valor dos instrumentos que poderão ser arrematados. Conforme a investigação vai acontecendo, são intercaladas várias passagens pela história. Vemos o violino passando pela Inglaterra vitoriana, pelaa China comunista e vários momentos históricos.
Um dos pontos mais interessantes do filme é que o personagem principal é o violino em si. Algumas cenas são filmadas em ponto de vista do objeto como se o instrumento estivesse vendo o acontecimento – uma grande sacada do diretor, o canadense François Girard. Por falar nisso, a direção é delicada, sem muitos maneirismos e exercícios de estilo não justificados, coisa que vemos muito no cinema atual.
Samuel L. Jackson parece um pouco deslocado, mas não atrapalha. Faz até um bom trabalho. É bom ver o ator afastado de filmes de ação. A trilha sonora é belíssima e obviamente o tema é tocado por um solo lindo de violino. Tecnicamente o longa é praticamente perfeito: visual, atuações, trilha sonora e direção. O único ponto negativo é a duração. São mais de duas horas e, após algum tempo, vem a vontade de dar aquela olhada no relógio para ver se ainda falta muito. Talvez fosse necessário cortar um pouco da gordura do filme e aumentar o ritmo. Mas quando os créditos sobem, o saldo é positivo.
O violino vermelho não é um filme para qualquer um. Tenho certeza que minha irmã adolescente não o apreciaria da mesma forma que um cinéfilo como eu. Recomendo pela sua beleza estética e para avaliarmos o papel da arte hoje em dia, afinal quando um dos principais pontos do marketing de filmes como Avatar é que ele custou 400 milhões de dólares, alguma coisa está errada.
Cotação do Daiblog:
Veja aqui o trailer do filme O violino vermelho:
Le violon rouge (Canadá / Itália / Reino Unido, 1998) Dirigido por François Girard. Com Carlo Cecchi, Irene Grazioli, Anita Laurenzi, Johannes Silberschneider, Rainer Egger, Samuel L. Jackson, Colm Feore, Julian Richings, Russell Yuen…
Um dos melhores filmes que já vi. Discordo do "excesso de gordura", assisto a esse filme sempre que posso, e o que acho mais incrível é que sempre há algum detalhe que se apresenta como novo, mesmo depois de ter assistido ao filme várias vezes.
Com certeza não é um filme pra qualquer um, mas definitivamente foge daquela idéia de filme "cult" que é extremamente chato, ninguém entende e todos aplaudem. Ótimo review de um ótimo filme