Cinema Especial – Kick ass – Quebrando tudo

Toda história de super-herói tem um gênio do mal, e essa não é exceção. Este gênio do mal em particular, no entanto, não usa uma capa, nem mora em um vulcão, nem planeja atrocidades que deixarão a sociedade de joelhos. O que ele faz é escrever histórias em quadrinhos perversamente engraçadas e profundamente deturpadas. O gênio do mal nesse caso é Mark Millar, que já havia feito uma reinvenção radical da origem do Super-Homem, Red Son, uma versão transformando os heróis da Marvel Os Vingadores em Os Supremos, e Wanted, a série de vilões como heróis que em 2008 virou o filme O PROCURADO. Um dia ele teve a ideia do que se tornaria não apenas a HQ Kick-Ass, mas também o filme KICK-ASS – QUEBRANDO TUDO.

Kick Ass - Quebrando tudo
“Costumo desenhar algo e depois criar a história organicamente em torno disso”, diz Millar. “Eu tinha o desenho de dois super-heróis – uma menina vestida como Robin e um cara grandão vestido como Batman. Adorava esses personagens e decidi usá-los, mas achei que eram excêntricos demais para serem os protagonistas. Aí comecei a fazer algumas coisas autobiográficas – aos 14 anos, tinha vontade de me tornar um combatente do crime em Glasgow. Achei que seria interessante contar essa história, se ela tivesse se realizado. Então criei o desenho de um super-herói atuando em sua primeira noite, e sendo esfaqueado e atropelado por um táxi. E aí percebi que os dois projetos tinham que andar juntos.”
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Impulsionado pelo sucesso de O PROCURADO, Millar decidiu explorar a possibilidade de levar sua nova criação aos cinemas quando a HQ ainda começava a ser desenhada. Ele falou da ideia para seu amigo Jonathan Ross que, por sua vez, comentou o assunto com a mulher, a roteirista Jane Goldman (STARDUST – O MISTÉRIO DA ESTRELA). “Acho que o Mark já teve milhares de ideias brilhantes, mas pude entender por que ele estava especialmente animado e compartilhei essa animação”, conta Goldman.

“É uma dessas ideias que te faz pensar: ‘Meu Deus, nunca fizeram isso? Que loucura!’ A história bastante básica de alguém que adora super-heróis decidindo tentar ser um deles sem ter poderes especiais simplesmente não foi feita antes.” A partir daí, Goldman conversou com o seu parceiro de roteiros e diretor Matthew Vaughn, que já estava buscando seu próximo filme. “Eu era fã do trabalho de Mark”, diz Vaughn. “A gente se deu muito bem. Ele me falou da trama e o conceito era ótimo. Ele foi até a minha casa – onde acontecem as melhores reuniões criativas para mim – e em uma tarde planejamos o filme todo.”
Kick Ass - Quebrando tudo
Desde o início, KICK-ASS – QUEBRANDO TUDO era diferente de outros filmes de histórias em quadrinhos, já que estava em desenvolvimento ao mesmo tempo em que a HQ. Quando a produção começou a ser gravada, o número 3 de Kick-Ass havia sido lançado e, no momento em que as filmagens chegaram ao fim, o número 5 estava nas bancas. O último número, 8, foi lançado quando Vaughn já dava os toques finais ao filme. Isso significa que o limite entre a HQ e a produção para cinema era bastante tênue. Vaughn e Goldman trabalharam ao lado de Millar e do artista John S. Romita Jr. – que também desenhou uma sequência animada de HQ no filme explicando a origem de Big Daddy e Hit Girl –, para assegurar que o visual dos dois trabalhos fosse semelhante. Mas eles também estavam determinados a não fazer uma simples cópia da história em quadrinhos de Millar. Assim, a história de fundo de Big Daddy, por exemplo, é bem diferente daquela da HQ, e o clímax do filme de Vaughn é mais explosivo.
Kick Ass - Quebrando tudo
Havia apenas um problema para os idealizadores de KICK-ASS – QUEBRANDO TUDO: ninguém queria se arriscar em apostar no filme. Assim como O PROCURADO, Kick-Ass era uma história em quadrinhos independente, de propriedade e controle de seu criador, o que basicamente dava a Millar carta branca para fazer o que quisesse. Vaughn estava decidido a aplicar as mesmas ideias a sua versão cinematográfica, mesmo que isso significasse incluir cenas em que uma menina de 11 anos dizima levas de homens altamente armados. Mais determinado que nunca, o diretor decidiu financiar o filme independentemente. O dinheiro foi rapidamente arrecadado, e as filmagens tiveram início em setembro de 2008, nos estúdios Elstree, em Londres, bem como em diversas locações de Toronto, que serviu como Nova York. Em seguida, Vaughn se dedicou a aperfeiçoar o trabalho, com fotografia adicional. Com o filme na lata, o diretor começou a mostrar o produto pronto para os estúdios e, com suas empolgantes cenas de lutas, atitude punk e sucessão de boas piadas, dois deles – Lionsgate nos Estados Unidos e Universal na Inglaterra – concordaram em realizar a distribuição.
Kick Ass - Quebrando tudo
Teria sido impossível fazer KICK-ASS – QUEBRANDO TUDO sem seu protagonista, Kick-Ass. Mas, com o filme a pleno vapor na pré-produção, esse era exatamente o cenário. Vaughn não encontrava um ator que calçasse bem as botas amarelas de seu herói, Dave Lizewski. Ele havia imposto uma barreira: o papel de Dave, um adolescente de Nova York, não seria interpretado por um inglês. “Eu estava paranoico – sendo um diretor inglês filmando na Inglaterra com um elenco inglês, faríamos um Dick van Dyke às avessas”, diverte-se Vaughn. Foi quando as diretoras de elenco Sarah Finn (HOMEM DE FERRO 2; A MONTANHA ENFEITIÇADA; CASO 39; ENCONTRO DE CASAIS; UM HOTEL BOM PRA CACHORRO; FORÇA POLICIAL; CRASH – NO LIMITE) e Lucinda Syson (FÚRIA DE TITÃS; NINJA ASSASSINO; BATMAN – O CAVALEIRO DAS TREVAS; SPEED RACER; 1408; FILHOS DA ESPERANÇA; BATMAN BEGINS) o encorajaram a assistir à fita de um jovem ator chamado Aaron Johnson (O ILUSIONISTA; O SENHOR DOS LADRÕES), que Vaughn havia rejeitado antes sem assistir. Quando viu a fita, a parte de seu cérebro que descobriu Vinnie Jones, Sienna Miller e colocou Daniel Craig no caminho para Bond se iluminou.

Continue lendo o Daiblog Especial – Kick ass – Quebrando tudo parte 2!

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