O início peca pelo ritmo. É um tanto burocrático recordar todos os acontecimentos e ainda comecer a rotina de trabalho da protagonista. Os menos atentos podem ser perder facilmente por causa de tanta informação. Mas a narrativa se mostra justificável e eficiente porque quando o roteiro se desenvolve, toda a segurança do início é arruinada.
Valerie é traída pelo governo, que expõe sua identidade e “lava as mãos” depois de uma denúncia que partiu do seu marido, o diplomata Joseph Wilson (Sean Penn, de Milk – A voz da igualdade). Ele foi o responsável por uma entrevista onde explicava que os motivos da invasão do Iraque não eram válidos, visto que Saddam Hussein não possuia armas de destruição em massa. Por causa da relação com Wilson, Valerie foi demitida e perseguida pela mídia. Fiel e leal ao trabalho, ela manteve um comportamento ético ao manter sigilo sobre tudo relacionado com o tema.
A história poderia render um suspense cheio de ação, caso as ameaças que a ex-agente recebeu se tornassem atentados ou alguma coisa mais grave. Só que, procurando seguir ao máximo a realidade, não existe espaço para bombas, tiroteios ou momentos de adrenalina. O drama que acontece é psicológico e capaz de manter a atenção a medida que as coisas vão piorando.
O casamento de Valerie começa a ruir, sua credibilidade e nome são queimados nos tablóides e, no final de tudo, fica clara a sensação que os reais jogos de poder são cruéis. E que as intenções de um presidente podem prejudicar não apenas outros territórios invadidos e destruidos pela guerra, mas também cidadãos do próprio país.
Naomi Watts, competente como sempre, está bem no papel. Sean Penn também não desaponta. Os dois trabalharam antes no drama 21 Gramas, de Alejandro González Iñárritu. Apesar de não reservar grandes emoções, Jogos de Poder apresenta uma boa história que merece ser contada.
Cotação do Daiblog:
Veja aqui o trailer do filme Jogo de poder:
Fair Game (EUA / Emirados Árabes Unidos, 2010) Dirigido por Doug Liman. Estrelando Naomi Watts, Anand Tiwari, Michael Kelly, Sean Penn, Ty Burrell, Jessica Hecht, Norbert Leo Butz, Rebecca Rigg, Brooke Smith, Thomas McCarthy, Ashley Gerasimovich…
Um bom filme, que mostra as decisões tomadas dentro do governo americano como convém ao seu favor. Gostei, mas esperava mais. É um filme muito politizado, cheio de siglas e nomenclaturas que deixa um pouco perdido e não gerou, pelo menos pra mim, nenhuma conexão mais forte com os personagens.