#983-Lanterna Verde

*Por Ray de Aguiar – raydeaguiar@daiblog.com.br

Filmes com personagens oriundos de histórias em quadrinhos estão em alta. Outrora num limbo por causa dos fracassos dos filmes do Batman dirigidos por Joel Schumacher, os super-heróis voltaram com tudo. Os méritos dessa renascença dividem-se entre X-Men (2000), Homem-Aranha (2002) e, claro, o reboot do próprio homem-morcego, Batman Begins (2005). A principal qualidade desses filmes, que resultou no enorme sucesso dos mesmos, foi o tom dramático da história, trazendo um senso de realismo para o universo de fantasia. Algo que não encontramos em Lanterna Verde.

Confesso que pouco sei sobre a história do personagem, mas estou aqui para analisar o filme e não todo o legado do herói. Justamente por não conhecer a fundo, é possível salientar uma desvantagem do filme: quem não é fã, terá dificuldades para entender as origens da tropa dos Lanternas Verdes. É tudo muito condensado, muita informação e nomes estranhos apresentados numa introdução confusa. Pra resumir: um ser maléfico (de visual cartunesco, diga-se de passagem) chamado Paralax, que se alimenta do medo, ameaça o universo e Hal Jordan (Ryan Reynolds, de A Proposta, X-men Origens: Wolverine), um piloto de provas da Ferris Aeronáutica, é escolhido para integrar a tropa dos Lanternas Verdes, que seriam uma espécie de guardiões do universo.

Ryan Reynolds até que tenta, mas o roteiro fraco não o ajuda na hora de compor o personagem. Uma hora parece confiante, outra hora parece todo atrapalhado. Antonio Banderas fez seu personagem em A Máscara do Zorro (do mesmo diretor Martin Campbell) da mesma forma, mas deu certo porque o personagem evolui de atrapalhado para confiante. Aqui, Hal Jordan não possui muita profundidade dramática, apesar da tentativa de mostrar um trauma envolvendo seu pai.

Aliado ao fato de os poderes do anel do Lanterna Verde serem quase que semelhantes aos do filme O Máskara, com Jim Carrey, em que qualquer coisa maluca é criada apenas com a imaginação, fica a sensação de um filme feito para atrair o público infantil, sem muita explicação narrativa e muita ação e efeitos especiais para ocultar isso. Nem o romance “engata-não engata” com Carol Ferris (a Gossip Girl Blake Lively) empolga.

É um filme no mesmo nível de Speed Racer, no qual a história é mera desculpa para cenas feitas para serem jogadas no videogame do personagem. Uma pena, já que pelo que pesquisei, o arco de histórias do personagem nos quadrinhos renderia vários filmes de qualidade.

Um detalhe interessante: vários filmes e séries nos últimos anos apresentaram anéis com poderes mágicos. O Senhor dos Anéis, Harry Potter, Smallville e até na novela O Beijo do Vampiro o artefato tinha poderes. Depois de Lanterna Verde, agora fico na espera por um filme do Capitão Planeta. Seria sucesso com certeza!
Cotação do Daiblog: DaiblogDaiblog

Veja o trailer do filme Lanterna Verde na TV Daiblog:

Green Lantern (EUA, 2011) Dirigido por: Martin Campbell. Com: Ryan Reynolds, Blake Lively, Peter Sarsgaard, Mark Strong, Tim Robbins, Angela Bassett, Jay O. Sanders, Taika Waititi, Temuera Morrison, Geoffrey Rush, Michael Clarke Duncan, Warren Burton, Salome Jens, Clancy Brown.

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2 COMENTÁRIOS

  1. Foi um erro eles terem feito esse filme de tal forma "infantilizado", eu sou um fã do lanterna, e só pelos trailers, não consegui ir no cinema assistir, por tempo, mas ainda pretendo assisti-lo. A DC comics a empresa do Lanterna, achou que seria uma boa fazer o filme, por ele ser o único heroi a estar com uma boa história nos quadrinhos (sim eles estavam vendendo bastante histórias dele).

    E história de origem podia ter sido contada de melhor forma, o diretor deveria ter sido mais paciente e contar melhor a introdução da história do heroi, assim como fez o Nolan com o Batman.

    Acho que é isso e além do mais Parabéns aí Ray! Muito boa a sua crítica!

  2. Muito bom o filme!! Ver um herói da DC Comics, em filme com atores reais pela primeira vez é fantástico. O roteiro pode ser até clichê como muitos gostam de falar, mas estaria sendo muito exigente comigo mesmo, se eu não tivesse me divertido com esse filme, pena que acabou tão rápido a luta final, mas o filme é muito legal, adorei!

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