Entrevista com a cineasta Caroline Fioratti

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*Por Raíssa Saraiva – raissasaraiva@daiblog.com.br
As agruras do relacionamento amoroso de um casal…de três! É com essa ideia que estreou nesta terça-feira (28 de fevereiro) a websérie Botolovers, produção da Aurora Filmes protagonizada por Bárbara Bonnie, Thiago Carreira e Fábio Redkowicz, coautor da ideia. Às vésperas do lançamento do primeiro capítulo pelo canal youtube.com/user/botolovers, o Daiblog conversou sobre o projeto com a diretora e coautora Caroline Fioratti.

Daiblog: O que é Botolovers?

Caroline Fioratti: Botolovers é uma websérie de humor que retrata o dia a dia de um casal bem inusitado: um casal de três! A série não quer polemizar o assunto, apenas mostrar que as confusões e problemas de relacionamento são os mesmos de qualquer casal. Os protagonistas Naara, Patrick e João Eugênio são três jovens vivendo na cidade de São Paulo e lutando nesse início de vida “pós adolescente”. Precisam equilibrar sonhos, individualidades e dinheiro e isso sempre resulta em boas risadas.

Botolovers


Como surgiu a ideia do projeto?

A ideia da série surgiu de um desejo meu de falar de um trio – a gente brinca que o três é o novo dois! – e de alguns papos que costumava ter com esse grupo de atores que são grandes amigos meus. Assim, eu e o Fábio Redkowicz, que interpreta o Patrick, começamos a colocar tudo no papel e utilizar algumas experiências particulares para criar o humor. Quantas situações a gente não vive que na hora parece um desastre, mas depois de algum tempo vira uma história engraçada? O próprio nome surgiu de uma brincadeira. Criamos tantas máscaras e rótulos o tempo todo, que Botolovers é ao mesmo tempo uma paródia desses rótulos e uma forma de unir qualidades e defeitos desses personagens numa única ideia. Assim, eu posso ser um botolover, você pode ser um botolover, todos nós podemos ser botolovers!

O perfil dos personagens é muito forte e a química entre os atores está muito presente. Como funciona essa relação a três com personalidades tão distintas?

Uma relação a dois já é bem difícil quando duas personalidades distintas batem de frente, imagina a três. Mas, apesar de todas as diferenças, a gente pode perceber que esses personagens se amam e precisam muito um do outro. Eles são uma família.
Com os atores foi um processo bem interessante. Como somos todos muito amigos, cada um conhece muito o outro, assim, passar desse estado de amizade para um estado ficcional de intimidade afetiva e sexual foi um desafio que fomos vencendo a cada ensaio. No final, fiquei muito feliz com o resultado e com a entrega e trabalho de cada ator

O personagem João Eugênio chama atenção por seu jeito inocente é “uma criança que não cresceu”. É possível dizer que ele é como um filho ou irmão mais novo do trio?

Sim. Patrick e Naara acabam tratando o João Eugênio como filho. Mas é o João Eugênio que mantém o equilíbrio para o trio. Se não fosse ele, Naara e Patrick provavelmente não conseguiriam viver juntos, pois a personalidade dos dois é muito forte e acabaria entrando em choque. O João Eugênio é também bastante pé no chão. Enquanto Naara e Patrick sonham com carreiras artísticas sem saber muito bem como começar, é o João Eugênio que acaba levando o dinheiro para casa com seu trabalho em telemarketing. Eles se completam. O João Eugênio representa esse lado inocente, ingênuo e sensível que todos nós temos.

A canção Música da Categoria Amor, utilizada na abertura e encerramento da série, é marcante. Ela foi composta para o trabalho?

Foi sim. Quem compôs a música foi a Lulina, uma cantora conhecida no universo alternativo e independente da noite paulista. Ouvi as suas músicas no Myspace e achei que ela tinha esse “espírito botolovers”. Marcamos um papo e ela topou criar uma canção original para a série. Ela assistiu aos vídeos e criou uma bela música tema, muito divertida, que com certeza vai conquistar os espectadores.



Quantos capítulos teremos nesta primeira temporada? Podemos esperar uma segunda?

Serão exibidos quatro episódios: o primeiro no qual conheceremos o trio e outros três nos quais conheceremos cada personagem individualmente. A ideia é que o internauta possa assistir fora de ordem, se quiser. É isso que temos produzido até então. Já temos roteiros para mais 3 episódios dessa primeira temporada e argumentos para uma segunda temporada. Precisamos de patrocínio para dar continuidade a websérie, por isso estamos contando com o apoio do público. Se os espectadores gostarem, comentarem e interagirem com nossas páginas nas redes sociais, facilitará conseguir meios para viabilizar o restante. Estamos apostando no público!



O primeiro capítulo é legendado em inglês. Existe a intenção de levar o trabalho para fora do país e, quem sabe, sair da internet para outros meios (TV, cinema etc)?

Com a internet hoje não podemos mais pensar em exibir apenas para brasileiros. Conforme o vídeo é compartilhado nas redes sociais, estrangeiros começam a se deparar com ele. Por isso, é importante a legenda. Tenho amigos de outras nacionalidades que já pediram para legendar os teasers também, pois querem entender e compartilhar com os seus amigos. Temos também a intenção de levar o Botolovers para a televisão. Estamos atrás de uma emissora que invista nessa ideia. Já temos, inclusive, desenvolvido um roteiro de piloto para TV. A gente espera que a web abra algumas portas.


A princípio, é possível lembrar da série Aline, da Globo, ao conhecer a ideia principal do Botolovers. Você teve inspirações ou influências para trabalhar no projeto?

Na verdade, apesar de uma temática parecida – o casal de três – o Botolovers vai caminhar num sentido bem diferente do Aline, até porque escrevemos a websérie há alguns anos, antes do seriado da Globo ir ao ar. O estilo de humor é diferente e os personagens também. Acho que seguimos um humor mais na linha de Os Normais. Minhas principais referências foram os sitcoms norte-americanos nos quais são os diálogos, personagens e situações que criam a comédia (Friends é até hoje o meu favorito). O espectador só volta a assistir a um sitcom se ele é cativado pelos personagens, se ele se identifica com eles de alguma forma. Tentamos então desenvolver personagens cativantes. Espero que isso esteja refletindo na tela.

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