#1052-A Dama de Ferro

*Por Ray de Aguiar – raydeaguiar@daiblog.com.br

Meryl Streep parecer ser uma unanimidade entre os cinéfilos. E não faltam motivos. Vencedora do Oscar 2012 de Melhor Atriz por seu papel em A Dama de Ferro, Streep está irreconhecível como Margareth Thatcher, ex-primeira ministra do Reino Unido. Entretanto, o roteiro do filme não corresponde à atuação magnífica da atriz.

Os eventos apresentados no longa-metragem não estão em ordem cronológica em relação à vida real. Talvez para refletir o estado de saúde da personagem, que em seus pensamentos mistura acontecimentos prévios com o tempo atual, sempre tendo visões de seu falecido marido. A política e a parte histórica, como a Guerra das Malvinas, são apresentadas de maneira um tanto sutil. A ênfase fica na doença de Thatcher e na sua solidão.

O filme também explora o passado dela por meio de inúmeros flashbacks, desde sua infância até a ascensão como uma das mulheres mais poderosas do mundo. Cenas interessantes chamam a atenção, como a que Thatcher salienta para seu marido que não quer morrer enquanto lava a louça como aconteceu com sua própria mãe, mas fazendo algo importante para o mundo. Fica evidente que o filme quis mostrar o lado humano da “Dama de Ferro”. Numa comparação entre personagens de poder político, lembra um pouco os Episódios I, II e III de Star Wars, que mostram as razões de Anakin Skywalker ter se transformado em Darth Vader. A diferença aqui é que a personagem não é a vilã da história. Por essa razão, algumas de suas decisões políticas autoritárias são omitidas e dão espaço a momentos que a enaltecem, como a vitória na Guerra das Malvinas.

A Dama de Ferro não é um filme que enfatiza a biografia de uma pessoa pública. A história tem como foco a própria alma de Margareth Thatcher, por meio de uma visão melancólica. Suas lembranças do período como primeira ministra remetem ao personagem de Tom Cruise em O Último Samurai, que lembrava suas batalhas como soldado e tinha pesadelos constantes. Neste filme, é como se a personagem tivesse pesadelos acordada. Uma proposta ousada e que merece reconhecimento, ainda que o resultado final não tenha sido tão bom quanto poderia ser. Ao contrário de Meryl Streep. Com seus tiques, o andar de uma pessoa frágil, o olhar carregado de emoções, prótese dentária e uma atuação extraordinária, ela é, sem dúvida, a Dama da Sétima Arte.

Cotação do Daiblog: DaiblogDaiblogDaiblog

 
Veja aqui o trailer do filme A Dama de Ferro legendado em português:
 

The Iron Lady (EUA, 2011) Direção: Phyllida Lloyd. Com: Meryl Streep, Jim Broadbent, Olivia Colman, Anthony Head…

1 COMENTÁRIO

  1. Um filme impecável! Meryl Streep desenvolve brilhantemente seu papel, tando idosa, quando um pouco mais nova. Sua personagem quando jovem, também é representada com muita qualidade, por outra atriz que não sei o nome…rs. O que mais gostei desse filme, foi o apuro técnico e o desenrolar da história, a forma que ela é contada, as vezes por lembranças. Pelo foco no talento que ela tinha, na luta por uma boa colocação, na ascensão, e no declínio de sua carreira política. Muito bom filme!

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