Filmes-mosaico – que intercalam diversas histórias simultâneas – têm rendido bons títulos no cinema. Basta relembrar a bem-sucedida trilogia do mexicano Alejandro González Iñárritu (Amores Brutos, 21 Gramas, Babel) ou então Magnolia, de Paul Thomas Anderson. O novo título que segue a estrutura é 360, do brasileiro Fernando Meirelles.
O roteiro de Peter Morgan (A Rainha) não elege um protagonista. São todos importantes fragmentos de uma grande história com elementos de diversos gêneros. Está presente o drama de um pai arrependido em busca de sua filha, o suspense de um homem preso por estupro que tenta controlar seus desejos depois de permanecer anos no cárcere e, ainda, o romance entre um dentista que nutre uma paixão por sua assistente, que é casada.
Seguindo a ideia que a ação de cada um influencia diretamente na vida do outro, o filme não é ligado apenas em uma nacionalidade. Brasileiros (incluindo o brasiliense Juliano Cazarré – o Adauto, da novela Avenida Brasil), russos, eslovacos, ingleses e outros personagens de diversas nacionalidades provam que, independentemente das origens, o ser humano busca sempre a felicidade e a paz de espírito – condições que são alcançadas com os erros e acertos das decisões de cada um.
Bem produzido, o longa foi inspirado na peça La Ronde, de Arthur Schnitzler, e capricha na montagem, com uma edição com transições curiosas. A falta de clímax pode incomodar quem espera fortes emoções no final, mas é inegável que Meirelles conseguiu fazer um rico recorte com personagens ótimos. A conclusão, cíclica, funciona naquilo que é proposto já pelo título, que sugere uma volta completa: as coisas continuam, as vidas prosseguem e o planeta continua rodando. Um filme que mostra como todos são conectados nesta realidade globalizada.
Veja aqui o trailer do filme 360:
Parece bem interessante. Gosto de filmes assim.
Um filme com a assinatura de Fernando Meireles, que com simplicidade fez muito bonito e acertou a mão cheia. O filme possui várias estórias que se cruzam, com um ótimo roteiro e atuações tão verossímeis que tornam o filme mais intimista de quem o assiste, trazendo um clima agradável ao espectador. Atuações maravilhosas, que também na simplicidade foram monstruosos, inclusive Maria Flor também surpreendeu, contracenando com Anthony Hopkins, que já faz valer o ingresso. Houve cenas também de tensão, muito boas, enfim, um filme pra ser apreciado.