Crítica do filme Cinquenta Tons de Cinza

*Por Michel Toronaga – micheltoronaga@daiblog.com.br

Aguardado por muitas leitoras que devoraram a trilogia de livros em dias, o filme inspirado no best-seller Cinquenta Tons de Cinza estreia nos cinemas repleto de polêmicas por causa do sexo sadomasoquista que permeia a história. Mas será que as imagens que aparecem na telona são realmente tão fortes assim? A resposta é: não. Está longe de ser algo chocante como o sadismo retratado em Ninfomaníaca: Parte 2, por exemplo.

O filme conta a história do relacionamento da inocente universitária Anastasia Steele (Dakota Johnson) com o empresário Christian Grey (Jamie Dornan). Os dois se apaixonam assim que se encontram pela primeira vez e começam uma história de amor diferente, uma vez que o bilionário é dominador e não quer uma namorada. Ele deseja uma submissa para obedecer todos seus caprichos.


O livro de E.L. James é repleto de passagens de sexo descritas com detalhes e comparações bregas. A boa notícia é que a adaptação para a telona ficou ótima. O filme realmente é fiel ao original. Mantém, inclusive, muitos diálogos idênticos ao texto. O problema é que a matéria-prima não traz qualidade, o que acaba prejudicando o resultado. A trama em si é muito simples e clichê – ainda mais quando se leva em consideração que a obra começou como um conto baseado nos personagens de Crepúsculo


Os vinte minutos de sexo do longa foram filmados de forma bem sensual, que inclui a nudez dos atores. Mas não espere nada pornográfico. Muitas sequências são românticas, ao embalo da canção nova da cantora Beyonce. A delicadeza das imagens parte da direção da cineasta Sam Taylor-Johnson, que deixou claro o olhar feminino na hora de captar os momentos. Não é agressivo ou ofensivo. É tudo muito limpo – embora não deixe de ser sexy.


Um dos pontos altos de Cinquenta Tons de Cinza é atriz que interpreta a protagonista. Com olhos expressivos e apaixonados, ela consegue transformar a personagem chata que narra as páginas numa mocinha mais interessante. A fotografia elegante, ressalta os tons cinzas da metrópole e  da gravata do sádico. Tudo combinando com a sofisticação do universo luxuoso que o Sr Grey vive. Não podia ser diferente disso.


Entre os pontos negativos está a atuação de Dornan, longe de ser o galã descrito pela autora. Bonzinho demais, ele logo entrega os pontos e quase desaparece com a simpatia de Johnson. É um Sr Grey que não intimida e não tem testosterona suficiente para ser o personagem do livro. Por ser muito parecido com o texto original, é um filme longo. O ritmo pode cansar quem não está preparado. Agora quem já conhece a história provavelmente vai gostar de ver nas telas o que já imaginou na literatura. É um filme para mulheres, com um romance idealizado que foge um pouco do comum por ter elementos de safadeza que não aparecem em outras histórias. E merece ser visto como o título simples que é. Não espere uma inovadora obra da sétima arte. O objetivo nunca foi esse. 
Cotação do Daiblog:DaiblogDaiblogDaiblog

Veja aqui o trailer do filme Cinquenta Tons de Cinza:


 

Fifty Shades of Grey (EUA, 2015) Dirigido por Sam Taylor-Johnson. Com Dakota Johnson, Jamie Dornan, Jennifer Ehle, Victor Rasuk, Luke Grimes, Marcia Gay Harden, Rita Ora, Max Martini…

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