Crítica: Belos Sonhos é como um eterno luto

*Por Michel Toronaga – micheltoronaga@cine61.com.br

Belos Sonhos é o novo trabalho do prestigiado Marco Bellocchio. Com 68 prêmios e 66 indicações, Bellocchio é um dos cineastas italianos mais celebrados da atualidade. No Brasil, seus recentes trabalhos ganharam distribuição nas telonas, como Sangue do Meu SangueA Bela Que Dorme. E retorna agora com outro drama humano que trata de questões familiares.

O recente longa-metragem foi escolhido para abrir a Quinzena dos Realizados no festival de Cannes deste ano. É inspirado no romance autobiográfico do jornalista Massimo Gramellini e conta a história do protagonista em diversos momentos. O início, quando o personagem é criança, mostra um acontecimento marcante que ressoa em praticante toda a trama: a morte repentina da mãe – um fato que o deixou completamente desolado e com dúvidas.

A narrativa intercala momentos da infância, na década de 1960, com a vida adulta de Massimo, nos anos 90. Alguns momentos da vida profissional são bem interessantes, como uma reunião com um empresário bem-sucedido que acaba de uma forma inesperada ou quando Massimo tem que responder uma carta bem sentimental de um leitor do jornal onde trabalha. E a falta da mãe é algo que aparece em flashbacks e em diversos momentos, como um eterno luto.

Belos Sonhos tem um ritmo um pouco lento, uma característica que é acentuada também pela sua longa duração. Talvez se fosse mais enxuto ficaria mais clara a mensagem principal do roteiro, que fala sobre as consequências de certos fatos da infância na vida adulta. Ainda assim, é um bom drama, que conta com atuações de peso de Valerio Mastandrea (A Primeira Coisa Bela) e Emmanuelle Devos (De Tanto Bater Meu Coração Parou).
Cotação do Cine61: Cine61Cine61Cine61

Veja aqui o trailer do filme Belos Sonhos:

Fai Bei Sogni (Itália, França, 2016). Dirigido por Marco Bellocchio. Com Valério Mastrandrea, Bérénice Brejo, Guido Caprino…

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