*Por Michel Toronaga – micheltoronaga@cine61.com.br
Você pode não aguentar mais filmes com histórias de possessão demoníaca. Assim como zumbis, essa temática está mais do que saturada no cinema. Mas é sempre possível se surpreender com algum lançamento que inove ou acrescente alguma coisa diferente do que já é repetida à exaustão em inúmeros lançamentos. É com essa esperança que o público pode sair de casa para ver Dominação.
O resultado, porém, mira no gol e bate na trave. Há detalhes interessantes, mas eles acabam enfraquecidos diante de clichês e situações que simplesmente não causam medo – o que é um pecado para um filme de terror. Na trama, Cameron (David Mazouz, o Bruce Wayne da série Gotham) é um menino possuído por uma entidade maligna. Nenhum médico ou exorcista consegue salvar o menino. É aí que entra Dr. Ember (Aaron Eckhart, de Sem Reservas, Batman: O Cavaleiro das Trevas).
Ember consegue enfraquecer o coisa ruim e faz isso de dentro pra fora, entrando na mente na pessoa que está possuída e fazendo com que ela desperte do transe. Esse é um dos diferenciais curiosos da premissa. Longe de água benta e rezas, toda a explicação é um tanto quanto científica. E a equipe de Ember conta com equipamentos que monitoram sua energia e pulsação. A ideia lembra um pouco o conceito de A Cela, ou melhor, Dreamscape – A Morte nos Sonhos, de 1984.
Dominação não consegue ser um bom filme pela limitação criativa do roteiro de Ronnie Christensen (que escreveu o bom Passageiros, em 2008). Assim como A Origem, falta imaginação para se fazer coisas surreais no âmbito do subconsciente. Por isso, um universo fértil que poderia ser completamente surreal e imprevisível (como nos filmes A Hora do Pesadelo ou na animação Paprika), se restringe à locações realistas e sem graça. Desanimador.
Veja aqui o trailer do filme Dominação:
Incarnate (EUA, 2016) Dirigido por Brad Peyton. Com Aaron Eckhart, Clarice van Houten, Catalina Sandino Moreno, David Mazouz, Keir O’Donnel, Matt Nable, Emily Jackson, Paul Vicent O’Connor…