*Por Clara Camarano – redacao@cine61.com.br
Transportar um jogo de videogame para as telonas não é uma tarefa fácil. É preciso agradar os gamers que estarão de olho em cada detalhe e, ainda, os cinéfilos que não entendem aquele universo, mas que estão interessados em conhecer a história. O famoso jogo Assassin’s Creed foi lançado em 2007 e conquistou os jogadores que adoram adentrar em épocas passadas e viver personagens heróicos.
O longa-metragem inspirado na franquia entra em cartaz nos cinemas com a mesma expectativa de sucesso do seu jogo homônimo. No entanto, para quem não conhece a saga, ele pode deixar a desejar. O roteiro é um dos pontos fracos pela complexidade na construção da trama. O enredo confuso, lento e pouco explicativo faz com que o público saia do cinema entendendo apenas o básico. Isto, claro, para quem não conhece o jogo.
A produção de ação e aventura é dirigida pelo australiano Justin Kurzel (Macbeth) que, em quase duas horas de duração, conta a história de Callum Lynch (Michael Fassbender), um homem condenado a morte que é levado para a Fundação Abstergo, em Madri (Espanha). A organização dirigida por Alan Rikkin (Jeremy Irons) tem o objetivo de encontrar a Maçã de Éden, uma relíquia antiga que contém o segredo para o livre arbítrio da humanidade.
Call é transportado ao seu passado por meio de uma máquina capaz de visualizar a memória genética das pessoas – a Animus. De volta a Espanha do século 15, ele revive seu ancestral responsável pela última notícia que se tem da maçã: o brutal e imbatível assassino Aguilar. Além de descobrir que pertence ao clã de assassinos, o personagem tomará o conhecimento necessário para entender o confronto com os Templários, principais inimigos do seu grupo.
Dá até para entender o rumo e se envolver, principalmente pela boa passagem de tempo – passado e presente -, pelas belas imagens de época, exuberantes figurinos e lutas que dão a sensação de se estar jogando e vivenciando cada situação. Um ponto falho são as atuações robóticas, incluindo a do protagonista Michael Fassbender, que mantém o mesmo semblante do início ao fim. A trilha sonora é um ponto positivo, mas no final se torna exaustiva. A impressão é de que o filme não chega ao clímax. Outro detalhe que fica como bom saldo é a crítica intrínseca à hipocrisia da sociedade. Entre assassinos e templários não se sabe quem de fato é do bem ou do mal.
Veja aqui o trailer do filme Assassin’s Creed:
Assassin’s Creed (2016, EUA, Reino Unido, França, Hong Kong) Dirigido por Justin Kurzel. Com Michael Fassbender, Marion Cotillard, Jeremy Irons, Brendan Gleeson, Charlotte Rampling, Michael Kenneth Williams.