Documentário Pagliacci reflete sobre os palhaços

Uma reflexão sobre o “ser palhaço” é o mote do documentário Pagliacci, dirigido por Chico Gomes, Julio Hey, Luiza Villaça, Pedro Moscalcoff e Luiz Villaça, e acaba de ter seu poster divulgado. O filme que teve sua estreia adiada para 26 de abril, aborda questões filosóficas e simbólicas sobre a necessidade do homem de rir de si mesmo ao acompanhar Fernando Sampaio, fundador da companhia “LaMínima”, ao lado do ator Domingos Montagner e da sua mulher Luciana Lima. “O palhaço é aquele que desafia, que contrasta, que faz rir. Aquele que não pensa e nem age como os outros esperam e, por isso, pode se expressar de forma real, sem medo de ser ridículo e do julgamento alheio. Quebra paradigmas e traz o novo. Fala aquilo que incomoda, aquilo que transforma. O palhaço, o bobo da corte, o louco, o bêbado. O personagem que enxerga os podres e comunica o que ninguém mais tem coragem de dizer e é por isso ele nos faz rir de nós mesmos”, afirma um dos diretores, Luiz Villaça. 
Despertado no trabalho conjunto do grupo formado por Villaça com Chico Gomes, Pedro Moscalcoff, Julio Hey e Luiza Villaça, o grupo de diretores da Bossa Nova Films abraçou o desafio e, através do cotidiano de Fernando Sampaio e de entrevistas com os artistas e com o público, construiu no documentário, o significado desta profissão tão antiga quanto a humanidade. Pagliacci mostra como um homem tímido fora dos palcos se transforma quando assume a persona do palhaço. 
Desde o falecimento do amigo e sócio Domingos Montagner, em 2016, Fernando conduz o processo da construção de uma versão teatróloga e circense da ópera homônima pela primeira vez sem a presença física de Domingos, mas com novos parceiros que encontrou durante oficinas ministradas pela dupla Fernando Paz e Filipe Bregantim. O documentário narra a construção do espetáculo desde os primeiros ensaios até uma montagem já mais madura, duas semanas após a estreia. Os momentos iniciais da preparação, a ansiedade, o nervosismo e os últimos ajustes estão em pauta. 
Montagner e Fernando se conheceram no Circo Escola Picadeiro, em São Paulo, e logo formaram uma dupla de palhaços. Na época, sob orientação do Mestre Roger Avanzi, o Palhaço Picolino, eles levavam às ruas recriações e números circenses. Juntos, ao lado de Luciana Lima, esposa de Montagner, eles criam o LaMínima, em 1997, com o espetáculo La Mínima Cia de Ballet, baseado no humor físico e nas clássicas paródias acrobáticas. Ao longo de 20 anos, os amigos e parceiros foram se aperfeiçoando e trabalhando com grandes nomes da arte circense e do humor, como Leris Colombaioni, Leo Bassi, Chacovachi, Fernando Neves e Neyde Veneziano. Em 2008, ganharam o Prêmio Shell de Teatro SP de Melhor Ator com a peça A Noite dos Palhaços Mudos, com direção de Álvaro Assad e roteiro de Laerte. O LaMínima também é o fundador do coletivo Circo Zanni, que tem como objetivo revitalizar a importância dos circos na vida cultural das cidades.

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